6.21.2009

GUILHERME GORSKI SUBSTITUI
KIEFER SUTHERLAND
Nosso ator-olhos-azuis estrela comercial da Citroën...

6.10.2009

REPRESENTANDO O BRASIL

Entre os dias 02 e 12 de julho, estaremos no Rio de Janeiro
2009 será a segunda edição do evento.
Entre os países convidados estão Portugal, Cabo Verde,
Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Brasil.
Cada um terá dois repreentantes.
Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade
foi um dos selecionados para representar o Brasil.
É possível estar mais animado?

6.07.2009

NASCE...

O último ano tem se revelado fundamental quando olho para frente. Planos, sonhos, decisões... Foi sentado na entrada de uma coxia que Gerald Thomas me disse: “acho que está na hora de você ir e acreditar mais em você!”. Estávamos no meio de 2007. Remoendo diariamente a cobrança de que eu, de alguma maneira, fugia de qualquer confronto com meus pensamentos e arte, decidi seguir mais uma vez os conselhos desse qual chamo sem pudor algum por pai. Porque fora Gerald quem me mostrara todos os princípios que me tornaram um artista inquieto e desagradável. Porque fora ele quem me ensinara a triste opção de valer-me da própria vida transpondo-a ao simbolismo do inconformismo. É cedo, com certeza, para falar em ‘minha arte’. Mas cedo, sempre será. Então me arrisco. E volto ao centro do desafio de me mostrar quem sou. Se o que trago ao público hoje é fato, então é porque Gerald soube me conduzir ao mais tenebroso e viciante aspecto da vida: a alma humana. Que seja assim, então.
Eis que surge hoje, para todos, a Cia. de Teatro Antro Exposto.Ainda é preciso, todavia, assumir outro responsável. No ano que passara, e assim tem sido cada vez mais, Zé Celso, aquele que me levara, aos 20 anos, desistir da medicina para ingressar ao teatro, tem oferecido seus mais gentis abraços. E no respeito construído, nos encontros casuais, nas conversas sigilosas entre olhares, igualmente me confronta ao espelho como se dissesse: “Já não é hora...?”. Disse-lhe dias atrás: “Eu te entendi. Você não tem a sabedoria de quem viveu, mas de quem está vivo!”. No pulso heróico, erótico, da compulsão pela vida, Zé Celso me mostrara outra vez o caminho. Minha vida não são coleções de discursos retóricos e idéias desarranjadas ao tempo. Ao contrário. Justifico-me na relação do conjunto, na absorção do outro, na transformação do todo, em busca da sobrevivência do que há de menor e mais precioso em mim: minha humanidade. Que seja assim, então.
E eis que surge, hoje, para todos, a Cia. de Teatro Antro Exposto.E ainda outros: Samir Yazbek, Silvana Garcia, Alberto Guzik, Heloísa Sales, Ivam Cabral, Ana Helena Curti, Fernanda Borges, Kiki Vassimon, Guga Stroeter, Celso Cury, Thaís Ruiz, Pascoal da Conceição, Leona Cavalli, Celso Frateschi, Helena Katz, Christine Greiner, Dora Longo Bahia, Nelson Leiner, Aimar Labaki, Eugênio Bucci, António Araújo, François Tanguy, Patrick Grant, Matthew Barney, Verônica Cordeiro, Carlos Augusto Calil, Diva Pavesi, Eduardo Semerjian, Edson Zampronha, Fabiana Gugli, Pancho Cappeletti, Cibele Forjaz, Lúcio Agra, Renato Cohen, Luís Damasceno, Agnaldo Farias, Clóvis Garcia, Dalva Abrantes, Sérgio Coelho, Suely Rolnik, Camila Morgado, Tânia Torraca, Gleico, Juliano Antunes, Walter Garcia, Jorge Carvajal, Célia Ramos, Amadeo Lamounier, Cássio Pires, Domingos Varela, Geondes, Natália Lorda, Thaís Almeida Prado, Pedro Brás, Carla Bastet, Sônia Lopes, Fernando Coimbra, Aline Fanju, Lígia Tourinho... Cada um, amigo, colega, chefe, professor, mestres às suas maneiras, construíram algo e destruíram outros tantos para que do caos chegasse eu ao meu ‘segundo nascimento’, como diria Zé Celso.

E também Priscila e Régis Dudena, por estarem desde sempre ao meu lado, acreditando num futuro pra eles tão óbvio e que para mim apenas agora chega à realidade.

Nada disso seria possível não fosse o amor incondicional e a presença completa de Patrícia.Nada seria possível não fossem Eduardo e Maria Helena loucos suficiente para aceitarem como genro um garoto, na época, de cabelos compridos, roupas pretas rasgadas, pés descalços, fumante e aspirante a artista.Nada disso seria possível não fosse a persistência de Diego Torraca, Guilherme Gorski, Priscila Nicolielo, Giuliana Rocha, Ana Carolina Godoy, Gabriela Rosas, Tiago Torraca e Raiani Teichman em me apoiar e conduzir por suas cobranças a efetivação da companhia.
E Gustavo Palma. Eterno companheiro. De cena, de discussões, de discordâncias, de confrontos, de cervejas, risadas, viagens e viagens transportadas em idéias para milhares de rascunhos em guardanapos. Nasce a Cia. de Teatro Antro Exposto!
Um medo horrível.Uma dor indescritível.A vontade de abraçar a cada um dos citados acima e agradecer por tudo ou nada ou pelo fato de existirem em minha vida em algum momento.Não é mais possível dormir.
A insônia agora passa a ser companheira...Junto a uma puta vontade idiota e romântica de querer mudar o mundo.
RUY FILHO

QUEM?

"O Ruy Filho é talentosíssimo.
Tão talentoso que concorda com tudo.
Concorda mesmo com as minhas discórdias.
Mas eu o desculpo porque seu talento é gigantesco."
GERALD THOMAS

"Diego Torraca, canto ato e letra.
cheio de boas histórias que pulam da cachola
e começam a virtuar a zona blogueira.
A marca do Zorro."
GERO CAMILO

"Guilherme Gorski: talentoso e bonitão, preferiu
o teatro de porão às luzes da televisão.
E querem saber? Tem toda a razão."

ALBERTO GUZIK

"Patrícia Cividanes contraria o ditame
das discretas deselegâncias e ainda assim ama SP... "

LUCIO AGRA

"Após sua exímia participação em CSES,
Tiago quebrou preconceitos provando que mesmo
fazendo parte dos discriminados rostinhos bonitos
ele ainda dará para um bom ator."
PAULINHO FARIA

ONDE?






CENTRO CULTURAL RIO VERDE
Casa que acolhe a Cia. de Teatro Antro Exposto desde seu início.
Sempre um café quente, um sorriso.
Lugar para chegar e ficar.
Nossa segunda casa.

ENTULHO

Dentre as transformações sofridas pelo Homem pós-Guerra estão a perda da identificação do coletivo simultânea a incontrolável capacidade de capitali­zar seja lá o que for.
Aprendemos a valorizar o lucro acima de tudo; abandonamos o desejo pela compra fácil e transitória do prazer, capitalizamos as emoções em respostas quantitativas aos interesses imediatos e superficiais do modismo; esquecemo-nos de imaterializar as relações e as conseqüências de nossas vontades.
Entulho trata ficcionalmente dessa nossa atual condição de consumidores com­pulsivos, materiais e emocionais, revelando um personagem dilacerado, aban­donado em seus próprios pertences, enquanto descobre ser igualmente produto da sociedade qual constrói. Na luta entre o deixar de ter e o querer ser, o espetá­culo traduz a dificuldade em nos reencontrarmos como símbolos poéticos.
A encenação propõe a anulação da voz do ator substituindo-a por gravações apresentadas durante o espetáculo em off.
É no embate do silêncio com a consciência transitória e ilusória das vozes que o personagem de ‘ Entulho ’ mergulhará em uma busca frenética por sua própria identidade.


RUY FILHO




PROGRAMA DESAMASSADO

ENTULHO por Fred Mesquita



ENTULHO por Patrícia Cividanes







SP.CIDADE ENTULHADA

DE INFORMAÇÕES
IMAGENS
RUÍDOS
E VAZIOS

Performance Urbana








ENTULHO por Veja SP - Dirceu Alves Jr.


clique para ampliar

ENTULHO por Luiza Novaes - Será que As Sereias cantaram?

Esta época, que mostra a si própria o seu tempo como sendo essencialmente o regresso precipitado de múltiplas festividades, é igualmente uma época sem festa. O que era, no tempo cíclico, o momento da participação de uma comunidade no dispêndio luxuoso da vida, é impossível para a sociedade sem comunidade e sem luxo. Quando as suas pseudofestas vulgarizadas, paródias do diálogo e do dom excitam a um excedente de dispêndio econômico, elas não trazem senão a decepção sempre compensada pela promessa de uma nova decepção. O tempo da sobrevivência moderna deve, no espetáculo, gabar-se tanto mais alto quanto mais o seu valor de uso se reduziu. A realidade do tempo foi substituída pela publicidade do tempo.Guy Debord - Sociedade do EspetáculoUma das dúvidas mais existenciais do mundo pede uma resposta concreta: sim ou não. Corpo e Cabeça, Razão e Emoção.Em uma de suas aventuras Ulisses na Odisséia conta que ao navegar pelos Mares e passar próximo às Sereias todos os marinheiros prevenidos pelo capitão da Nau taparam os ouvidos com cera para não ouvir o canto, como estratégia tática, basicamente.Ora, o sagaz Ulisses, astuto e desejoso de ouvir o belo canto das sereias, decidiu amarrar-se ao mastro para não ter a atitude de se deixar levar pela beleza estética e sonora da brincadeira. E ele amarrado ao mastro ouviu o canto das sereias, mas como estava amarrado, não se permitiu ser tomado pelo impulso de ir, lugar onde nenhum outro havia voltado.Impasse, Kafka escreve um conto sobre as sereias e Ulisses, e a discussão baseia-se no silêncio, o mesmo impulso que provoca o canto pode provocar o silêncio.Qual a força criativa necessária para o canto da Sereia que não a necessidade de perder-se no mais doce e estético que o corpo pode provocar, porém se o humano não deseja perder-se nada melhor do que saborear a derrota, Ulisses foi condenado ao silêncio por não querer sentir, dessa forma, via a beleza, os cabelos esvoaçando de maneira horripilante, mas nada de som.A proximidade com o sentir, e a possibilidade ou não de saber o que fazer, o obrigou inclusive a questionar sua existência, compreenda, não há nada pior do que não querer sentir, astuto ele se aprisionar com cordas, porém surdo ele de não entender propósitos.O silêncio reinou.Pela primeira vez na vida não acredito que minha proposta de análise isentará sentimentos e inclusive de maneira visceral, até por que não acho que seja possível isentar-se de maneira absoluta nem ao menos ideal.Ódio à peça foi o primeiro necessário sentimento, o que estava eu lá fazendo, muitas vezes a cabeça se movia com intenção de fugir às repetições de movimentos, que a princípio me pareciam extremamente cansativos.Pensei em quanto assistia: o que faço aqui? Que tipo de proposta sobre a discussão da mercadoria poderia acrescentar algo que 200 séculos, de marxistas e românticos em geral não haveriam trabalhado, e todo mais tipo de preconceito básico de um bom acadêmico da ciência social.Porém quando dormimos nossos monstros retornam. Quando acordei foi um chute no estômago, a questão me perturbava sobre a impossibilidade real que temos de sentir. A falta de fala repetia para mim o vazio daquilo (coisa objeto) que havia deixado de ser coisa e havia se transformado em sentimento coisificado. Ultrapassava até mesmo a mesa que dançava de Marx, para tornarmos-nos pessoas incapazes de definitivamente sentir e ser qualquer coisa significativa (explique: com significado).Não consigo explicar o choro emocional, eu estava vazia sozinha e com dinheiro para pagar contas e viagens planejadas, e com documentos desorganizados, roupas entulhadas, livros empilhados e vazia, completamente sozinha.Daí surge para mim o significado de reificação, como pessoas coisificadas incapazes de sentir o próprio corpo, ou reagir a necessidades, e que não haja simplesmente com impulsos mecânicos como abrir a porta, ou lavar o rosto, em nome de seguir o mesmo tipo de rotina incansável e irreal. Afinal para que, por que fazemos tudo isso, em nome do que?Para que nossas sacolas? Aonde vamos? Para que também organizá-las, todo o sentido de causa e conseqüência torna-se o nada, o mesmo que sinto no momento em que as teclas tocam em meu dedo.Porque não é senão como categoria universal do ser social total que a mercadoria pode ser compreendida na sua essência autêntica. Não é senão neste contexto que a reificação surgida da relação mercantil adquire uma significação decisiva, tanto pela evolução objetiva da sociedade como pela atitude dos homens em relação a ela, para a submissão da sua consciência às formas nas quais esta reificação se exprime... Esta submissão acresce-se ainda do fato de quanto mais a racionalização e a mecanização do processo de trabalho aumentam, mais a atividade do trabalhador perde o seu caráter de atividade, para se tornar uma atitude contemplativa. Lukács - História e consciência de classePorém além do lixo humano, há o texto, primeira crítica, esse era um texto teatral? Perguntava-me quantas páginas ele possui etc.Não consigo retornar a uma sequer palavra significativa no texto, mas, a repetição dele ou das marcas de lojas citadas, determina na repetição da própria idéia de prazer e produção dele a incansável improbabilidade de sua existência.Estou cansada agora, percebo que superar obstáculos de dominação de nossa natureza não é fácil, pobre Ulisses, na tentativa de enganar Sereias se engana também. Nossa natureza ainda é animal, mesmo que...Não estou disposta a sacrificar-me de minhas pulsões como Ulisses. O fez em nome da Civilização. Ainda acredito que o esclarecimento é tão mágico quanto à ficção. Ainda pertenço à classe de pessoas que compreende o mundo pela janela da mitologia, e esta possível de não ser menor que a ciência ou o saber, mas somente outra janela. Não é nem causa nem conseqüência também como alguns a pensam, quase como uma linha evolutiva, mas apenas outra forma.Cego são aqueles que não ouvem o chamado dos guardiões, nossa porta ainda aguarda por batermos em seu casco. Silêncio.

ENTULHO por Fellipe Fernandes - Um Texto Precisa de Imagens

É fato.Mas quando as imagens precisam de texto?Ontem, ao assistir à performance ENTULHO, com Guilherme Gorski sob direção de Ruy Filho, a sensação que tive foi que as cenas plásticas sobre consumismo, fetichismo e o constante sufocamento que decorre da combinação de ambos pediam, antes mesmo de serem encenadas, as palavras de Mme. Nicolielo, dramaturga da performance e minha amiga.Cada palavra desde o início do ato fala por si, sem precisar de muitos devaneios. A descrição dos objetos, a localização deles, o que representam na vida daquele personagem genérico que se atordoa no monte de roupas, livros e revistas espalhados pelo chão da arena do Centro Cultural Rio Verde, em Pinheiros, levam consigo a marca de quem as escreveu.Quando, entretanto, chega-se ao excerto lido pela voz de Débora Falabella atinge-se a um belo que, não bastasse ser sozinho em sua beleza, exige do espectador a entrega das paixões fulminantes que mais se prendem na saudade e no que poderia ter sido do que na busca quase infindável daquilo que poderá vir a ser.É quase a mesma culpa que se sente quando se gasta dinheiro sem necessidade. Ou melhor, o mesmo flagelo que é comprar e acumular sem, no entanto, preencher os vazios.Cada vez que compramos coisas das quais prescindimos, cada vez que, diante do afogamento diário em informações desnecessárias, em equipamentos que, sob a premissa de facilitar a vida, nos prende ainda mais a uma linha invisível e muito frágil chamada insegurança, falta-nos o sopro das importâncias.Cada um sabe da sua.Mme. Nicolielo, em pouco mais de um par de páginas gravadas, traduziu isso em poesia numa prosa objetiva, despretensiosa e, sem uma única vez sequer ter citado claramente em letras aquilo sobre o que o texto falava, muito coerente.Gostei da iluminação, da cenografia e da utilização dos espaços. Muitas vezes durante os 70 minutos do espetáculo você se vê esquivando de livros voadores, camisetas indiscretas, gritos ultrajantes, ouvindo muito de perto o ator ofegante, provando um pouco do soterramento pelos entulhos do que hoje temos por vida.Determinados momento, senti que eu queria me por no lugar dele e, na construção de sua pirâmide de lixo, símbolo de um poder do desespero, opressor em sua veleidade, pegar os livros que ele não pegou, ver as fotos que ele não viu, dobrar as roupas que estão espalhadas pelo chão e limpar o futuro antes que seja tarde demais.Só que estamos a um passo desse momento.O que me incomodou um pouco - nada tão prejudicial quanto foi a encenação para Senhora dos Afogados, peça sobre a qual falei aqui noutro dia - foi o Gorski já ter começado a performance num ponto sem volta. A mim teria me incomodado muito mais se ele, como qualquer pessoa, tivesse entrado em cena do ponto em que nós mesmos, enquanto espectadores, estamos, sem muito dar pelo que nos rodeia.Isto é, fazer crescer o movimento paradoxal da minimalização.Quem se interessar em assistir, preste atenção em algumas imagens como a final e em algumas metáforas em relação ao cotidiano insensato em que muitos de nós vivemos.No entanto, vá sabendo: se ver é muito importante nesta dramaturgia, ouvir é imprescindível.Literatura.

ENTULHO pelo blog Pollyana Barbarella

Há alguns dias fui à estreia do espetáculo Entulho, com direção de Ruy Filho, em cartaz no novo e simpático Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena. O texto de Priscila Nicolielo me tocou pela poesia com que mostra como o mundo de aparências e estímulo ao consumo exacerbado faz com que o indivíduo perca sua identidade. Me lembrou a fala de um dos personagens do filme Beleza Americana: "Para ter sucesso, é preciso projetar uma imagem de sucesso". Em meio a centenas de peças de roupas, sacolas de compras, livros, jornais e fotografias, Guilherme Gorski interpreta um personagem angustiado, que consome compulsivamente, principalmente coisas de marcas famosas. A narração em off, nas vozes de Débora Falabella, Alberto Guzik e Pancho Capeletti, estimula a reflexão sobre como perdemos a inocência da infância, abandonamos uma vida simples e passamos a seguir os padrões impostos pela sociedade. Muito bonito e poético mesmo. Tudo tem um preço. Quer ser aceito no mundo? Venda sua alma para Armani, Chanel e companhia.

Uma parada forçada




Braço quebrado

O som do impacto do corpo junto ao chão era mais seco do que nas apresentações passadas. Pensei, ele se machucou. A demora em ouvir os primeiros passos ainda no escuro. Até que vieram e a apresentação fora a melhor até agora. Guilherme esteve perfeito. "Deve estar tudo bem, então". Após a peça, ele me diz: "acho que quebrei o braço!". Dalí aos abraços aos amigos, e direto ao hospital.
Um susto enorme. Entulho se justifica por ele ser o intérprete. Único em cena.
Horas depois, a confirmação. Uma pequena fissura no braço direito. A imobilização e a recomendação médica: antiinflamatório e repouso para uma recuperação rápida.
A apresentação de 28 de agosto, portanto, está CANCELADA. Peço paciência a todos.
Entulho retornará na quinta de 04 de setembro, e neste dia com preços populares para juntarmos amigos e rirmos de tudo isso.
Obrigado a todos da MEDIAL pelo pronto atendimento e a atenção com que nos recebera.

FEITOS UM SÓ
Quarta-feira. Quando cheguei ao ensaio e vi Guilherme ainda com o braço imobilizado, um frio subiu pela espinha. Era preciso tomar uma decisão e esta tinha de ser imediata. As páginas do Uol e Terra divulgaram o retorno do espetáculo. Caracteres em programas televisos também.
E tudo se resumiu em uma rápida pergunta: “Diego, você faz a peça amanhã?”.
Um encontro. Mudanças em cima da hora no roteiro original. Uma noite de insônia.
Quinta-feira. O público nem imagina que será Diego o ator.
Nas últimas horas, dedicamo-nos (Eu, Diego e Guilherme)
não ao ensaio, mas à recriação. Outro início. Outros caminhos
narrativos. Diego insistia em se colocar em
risco, afi nal, Entulho é uma peça performática. E decidimos
que o dirigiria em cena. O público. Diego. Eu,
tremendo de ansiedade (literalmente) na luz e som,
visível a todos. A apresentação foi incrível. Diego foi
ao limite de suas forças. Guilherme emocionado à
homenagem feita em improviso. Lágrimas de quem
gostaria de estar no palco. Lágrimas de quem soube
ser grande e gentilmente conduzir um outro em
seu lugar. Segurei as minhas. Frutos da certeza de
possuir hoje um grupo impressionante de atores.
Desses que o futuro se vê brilhar nos olhos, na humildade
em ser cúmplice em qualquer situação.
Dois meninos, ainda. Guilherme Gorski e Diego Torraca.
Guardem esses nomes...
RUY FILHO

SATYRIANAS 2008



O teatro revisto por sátiros contemporâneos.

Concepção Ruy Filho e Cia. de Teatro Antro Exposto

Recuperar o princípio satírico é uma das possibilidades mais positivas que podemos trazer ao teatro. Rir do fazer, do estar em cena. E assim se renovar para irmos além.


01. PRÓLOGO OU A FALA DO CORIFEU
Com Gero Camilo

02. OS ATORES
Com Ivam Cabral

03. OS JURADOS
Com Alberto Guzik

04. AS MÁSCARAS
Com Gabriela Rosas

05. A KATARSE
Com Carolina Godoy

06. O CORO TRÁGICO
Com Vanessa Bumagny
cantado

07. O FIGURANTE
Com Felipe

08. A CULPA TRÁGICA
Com André Sant’anna

09. O FATOR HISTÓRICO
Com Guilherme Gorski

10. O BANQUETE DA CAÇA
Com Giuliana Rocha e Diego Torraca

11. A ORGIA DIONISÍACA
Com Gabriela Rosas e Tiago Torraca

12. O JOGO CÊNICO
Sem atores

13. DEUX EX-MACHINA
Com os fotógrafos presentes

14. O CONTEXTO DIVINO
Com Patrick Grant

15. O NARRADOR
Com Pedro Granato

16. A IRONIA CÔMICA
Com Pedro Granato como Berlam Belozo

17. A MORAL
Com Gustavo Sol

18. O EPÍLOGO
Com Alberto Guzik, André Sant’Anna, Carolina Godoy, Diego Torraca, Felipe, Gabriela Rosas, Giuliana Rocha, Guilherme Gorski, Gero Camilo, Gustavo Sol, Ivam Cabral, Paula Cohen, Patrick Grant, Pedro Granato, Raianni Teichmann, Tiago Torraca, Vanessa Bumagny.

19. O TEMPO
Com Pedro Granato e equipe de televisão

20. A REPRESENTAÇÃO OU A MENTIRA

COMPLEXO SISTEMA DE ENFRAQUECIEMNTO DA SENSIBILIDADE - SATYRIANAS 2007 - onde tudo começou...




Um texto de 20 minutos,
apresentado sob a tenda satírica da praça roosevelt...

Próximo passo...


Dezembro de 2007. Um telefonema de NY. Do outro lado da linha, Gerald dizia coisas aparentemente sem sentido, mas na verdade era eu que não conseguia mais ouvir. ‘Vocês precisam se conhecer...’, ‘Vocês têm que trabalhar juntos!’ Eu tentava entender, porém aquelas palavras soavam como um sonho estranho.‘Sim, Gerald, eu tenho uma peça. Quero montar no ano que vem a cena que apresentei no Satyrianas’. Na verdade, a peça era apenas uma cena de quinze minutos e muitas idéias soltas.De janeiro até agora muito foi construído, destruído, refeito, abandonado. E hoje, enfim, posso afirmar sem temor: eu tenho uma peça. Correção: nós temos. A Cia. de Teatro Antro Exposto estréia em novembro seu segundo trabalho: Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade.E quem era ele, o tal cara com quem eu deveria muito trabalhar, afinal? Apenas, e somente, o compositor Patrick Grant. E como apresentá-lo? Bom, Patrick tem realizado músicas originais para The Living Theatre e Robert Wilson, entre tantos outros artistas.Pois é. A nova montagem da cia. terá a participação de Patrick como compositor, com uma pesquisa sobre Edgar Morin e Gilles Deleuze. E não só isso. Muito mais vem por aí. Como escrevi antes, cada informação tem o seu tempo. Mas as boas notícias não acabam agora.Nesse instante, quero me embriagar com os ensaios e com a música de Patrick. E convidar a todos que participem dessa maravilhosa loucura chamada Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade.A Cia. de Teatro Antro Exposto não cabe em si. Felicidade é pouco...

RUY FILHO

ESTREIA COMPLEXO SISTEMA DE ENFRAQUECIMENTO DA SENSIBILIDADE


TEMPORADA 2008 - RIO VERDE - por Patrícia Cividanes